O Seminário Conexões, momento e lugar de encontro e proliferação de ideias do pensamento filosófico, chega a sua quarta edição. Em 2009, o I Seminário Conexões, organizado pelo Laboratório de Estudos Audiovisuais (grupo de pesquisa OLHO) e pelo grupo Diferenças e Subjetividades em Educação (DiS), ambos do Programa de Pós-Graduação em Educação da Unicamp, propôs conexões entre “Deleuze e Imagem e Pensamento e…”. Em 2010, o II Seminário Conexões, trouxe o tema “Deleuze e Vida e Fabulação e…”. Em 2011, o III Seminário Conexões instigou os participantes com o tema “Deleuze e Arte e Ciência e Acontecimento e…”.
Escolhemos Gilles Deleuze pela relevância contemporânea de sua obra e pela possibilidade de ramificações que ela permite. Vários pesquisadores da Faculdade de Educação da Unicamp já vinham se debruçando sobre seus escritos em busca de caminhos outros, fluxos, que pudessem movimentar suas pesquisas e as suas escritas acadêmicas. Decidiu-se manter este filósofo como disparador das produções de todos os seminários, ainda que outros pensadores, como Michel Foucault, Friedrich Nietzsche, Giorgio Agamben, por exemplo, venham ajudar a sustentar nossas conexões. Este projeto pede apoio para a realização do IV Seminário Conexões: Deleuze e Política e Resistência e…
A conjunção “e” foi mantida como marca desses seminários. E… e… e… “Há nesta conjunção força suficiente para sacudir e desenraizar o verbo ser” nos dizem Deleuze e Guattari (2006: 37). O “e” nos permite transitar no meio, enfatizar as possíveis e inimagináveis conexões, ressalta o movimento. Busca-se, neste seminário, não a defesa de um fundamento-enraizante, mas um movimentar-se entre ideias, levar a pensamentos, produzir encontros, sínteses disjuntivas. Segundo Zourabichvili (2004), nas sínteses disjuntivas a não-relação torna-se relação, seus termos seguem uma ordem de “implicação recíproca assimétrica que não se resolve nem como equivalência nem como identidade de ordem superior” (ZOURABICHVILI, 2004: 55). E… e… e…
Além do “e”, destaca-se na proposta do seminário a pontuação final, as reticências, porque a filosofia de Gilles Deleuze não pressupõe nunca o ponto final ou a conclusão, mas se abre e convida a proliferações rizomáticas. Assim, as relações entre imagem e pensamento do primeiro seminário foram desde a discussão filosófica até debates sobre arte (fotografia, cinema, literatura), que traziam temas relevantes para o pensamento sobre educação, interesse maior das entidades que promoveram o evento. O mesmo aconteceu nas outras edições do Seminário Conexões.
O “e” funciona também para o momento imediatamente anterior ou subsequente ao evento, pois se aproveita a vinda de um pesquisador ou de um artista para apresentar-lhe os projetos de pesquisa dos grupos e, consequentemente, divulgar o trabalho de nossos pesquisadores, bem como contar com a leitura atenta e a contribuição dos professores convidados. Os seminários também resultaram em publicações de livros com coletâneas de textos apresentados em cada um dos eventos, inclusive com traduções dos convidados internacionais, disponibilizando o material produzido para toda a comunidade de pesquisa. Já publicamos os dois primeiros, em 2011, pela Editora DP et alii e o terceiro, fruto do III Conexões – realizado em agosto de 2011, está em fase de editoração, devendo sair ainda neste ano ou no início de 2012.
Outros grupos de pesquisa da Unicamp, de fora da Faculdade de Educação, uniram-se ao DiS e ao Olho durante esse percurso de três anos. Precisamos destacar a parceria com Mestrado em Divulgação Científica e Cultural (MDCC) do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) e o Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor), com os projetos Multi-tão: prolifer-artes subvertendo ciências e educações e Biotecnologias de Rua, que ajudaram a financiar a vinda e estadias dos convidados internacionais e as passagens aéreas dos convidados nacionais.
O Seminário Conexões tem atraído cada vez mais participantes, que vêm de outros estados brasileiros e de diversas universidades. No último encontro tivemos, inclusive, apresentação de trabalho de uma pesquisadora da Argentina.
Também no intuito de divulgar ideias e permitir o acesso às conferências, o último seminário foi gravado e transmitido ao vivo, via livestreaming. Uniu-se ao III Conexões o Streameiros, grupo de estudos teóricos e aplicados sobre veiculação de imagens e sons online, formado no Instituto de Artes da Unicamp, aberto à participação de todos e com ânsia de romper e ampliar os limites da universidade. Hoje é possível acompanhar o evento, ao vivo ou depois, acessando os arquivos no site http://www.livestream.com/streameiros.
